Porque cega vaguei
Dias em noites se tornaram
Porque faminta lhes busquei
De restos me alimentaram
Porque sedenta doei meus lábios
Deles poucos degustaram.
Porque manca caminhei
Tentei ir por caminhos que
voltavam
Porque muda me apresentei
A minha dor e voz calaram
Porque surda me pronunciei
Não soube escutar os que me
amaram
Por tempos fiquei assim tão
complexa;
Querendo ver
Quando era apenas pra escutar
Querendo comer
Quando era apenas pra beber
Querendo caminhar
Quando era apenas pra parar
Querendo escutar
Quando era apenas pra beber
Querendo falar
Quando era apenas pra comer
Sentindo-me por vezes o tal frágil
sexo;
Cultivava os espinhos
Quando podia colher as flores
Desbravava as matas
Quando podia trilhar o caminho
Assistia a vida pela janela
Quando podia destrancar a porta
Corria sobre as pedras
Quando podia passear pela relva
Não me percebia côncavo nem
convexo;
Imaginava ser deusa
Quando já era uma
Fantasiava ser leoa
Quando já era uma.
Desejava ser águia
Quando já era uma
Buscava ser sereia
Quando já era uma
Almejava ser aranha
Quando já era uma
Tentava ser muitas
Quando já era uma
Sem nunca gastar nem meu léxico
Foi então que notei que a fera
Consistia-se na razão
E que eu MULHER que era
Nunca deveria abandonar a emoção
Pois meus instintos primitivos me
davam
Tudo o que EU sempre precisara
O que dos remotos tempos me
chegavam
Trazendo a tona a força
necessária.
Podendo enfim despertar o meu
plexo.
Autora: Lunna Marcela
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"Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito"