GUARDIÃ DA ESTRADA

Mil anos andei por terra seca perdida

Fustigada pelo vento do inconsciente

Olhos cansados de fitar o horizonte.

Por mil vezes, fui como fera abatida.

Em outras mil derrubei meu oponente

Peito aberto,

Cara amarrada,

Sou a guardiã da fonte.

Tanto andei que meus pés gravaram o caminho

Presente amoroso de uma velha que sabia.

Que se eu  me perdesse na solidão das ruas

Seu frio gélido era para mim um cálido carinho

Pois à noite por mais que densa fosse, me acolhia.

Flor no cabelo,

Adaga no punho,

Sou a guardiã da lua.

Na pele sulcada guardei muitas marcas

Com orgulho digo; muita luta foi evitada.

Quando o rei me chamava, eu sim o seguia.

O verde do teu olhar sempre me abraça.

Junto a ti, eu mulher sinto-me amada.

Corpo exaltado,

Coração devotado,

Sou a guardiã do dia.

Autora: Lunna Marcela