Resenha: Série Crossfire - livro 04 de Sylvia Day “Somente Sua”

Olá Flores,

Retomando a nossa conversa, vou direto ao assunto que me traz aqui, falar da série Crossfire em quatro resenhas, pois são quatro livros publicados até este momento e tentar focar cada uma das resenhas em uma temática, objetivo bastante desafiador, pois estamos fechando hoje e não sei se aconteceu o proposto, quem puder dar um feed eu agradeço.

Muito bem, no livro Somente sua temos um fator novo, enquanto nos três primeiros temos uma narrativa na voz de Eva neste Gideon entra em cena com pequenas intromissões de Eva, em dados momentos isso gerou certa confusão me fazendo retomar a leitura para entender quem estava falando, ou gemendo sei lá (risos), mas isso não chega a atrapalhar a leitura, acho que a autora tenta escapar daquele tradicional “disse fulano, disse Beltrano” a fim de deixar a obra bem fluida e dinâmica, mas como neste momento livro 04 existem duas vozes na narrativa a coisa complica um pouco.  

Porem como esta voz de Gideon se torna fundamental na obra dá para tirar de letra, porque a voz dele é assim tão importante? Porque finalmente chegou a hora dele enfrentar o passado e se livrar de seus fantasmas e esta voz vai dar veracidade na intenção do moço.

O moço que já fez e aconteceu para provar seu amor por Eva e ela não muito menos que isso e com a convivência vem o conhecimento um do outro e este conhecimento leva Gideon a identificar em Eva algo que eu vou chamar de submissão sexual e nele próprio o dominador os dois conversam sobre isso e Eva refuta a ideia, para ela inconcebível visto que esta face não condizia com as que ela estava mais acostumada digamos assim. Sobre esta questão vou apenas apontar dois detalhes. A proposta de Gideon se baseava em confiança, entrega total e amor. Seus “brinquedos” eram baseados na adrenalina da expectativa no estilo “Abra a boca e fecha os olhos”.

Eu facilmente poderia dar por encerrado este assunto aqui, pois basicamente já falei tudo sobre esta série, já soltei milhões de spoilers, já avancei e recuei na ousadia, mas ainda falta falar umas coisas. 

A primeira é que eu noto algumas pessoas dizendo que não se deve julgar o livro pela capa, mas isso acontece o tempo todo, e se isso se resumisse a livros até estaria tudo ok, mas não é bem assim, noto que se uma pessoa gritar lá no Japão que determinada coisa ou pessoa não presta é o suficiente para que surjam muitas outras repetindo o bordão.

Outros dizendo que literatura hot não é literatura, pois na minha concepção nem todo livro é didático, mas todos podem ser educativos dependendo do olhar que se lance sobre ele e uma vez que gere reflexão e conhecimento é sim uma excelente literatura. O contrario também acontece se pegarmos a melhor e clássica literatura e dela não extrairmos nada de novo o objetivo dela não se cumpriu.

Eu jamais poderia dizer que esta é uma série magnifica ou extraordinária, mas ela cumpre bem o papel de ser um Romance Hot e para quem aprecia adentrar na obra ela vai além.

Aponto como exemplo o conflito extenuante de Eva e Gideon ao perceber a necessidade da entrega e o desejo de manter a liberdade, individualidade e independência de ambos. Note bem, Eva uma mulher jovem, bonita, instruída, profissional competente e rica, fugia do papel de esposa submissa e encontrar este equilíbrio foi um desafio para ela.  Vejamos, a sociedade leva a mulher a crer que ela precisa fazer escolhas entre o tipo de papel que ela vai desempenhar na vida.  Somos “pré-programadas” a isto, ou mulher é isso ou é aquilo.  Eva tentava tanto se afastar do modelo que ela conhecia que se afastava também de novas possibilidades, afinal ser Toda dele, Profundamente Dele, Somente Dele e Para Sempre Dele era coisa demais pra cabeça de Eva e acredito para a cabeça de qualquer mulher.

Mas me repetem as mesmas questões, porque a sociedade dita que se a mulher é casada, dona de casa e mãe, ela é inferior? Porque a empresária, a mulher que é bem sucedida nos negócios deve abrir mão de uma vida prosaica ao lado de um homem?

Gideon por sua vez teve que negociar seu papel de macho alfa a fim de ter Eva ao seu lado, e isso levou o moço às raias da instabilidade emocional, tudo isso me fez mais uma vez confirmar o quanto somos atores neste espetáculo de falas decoradas e repetidas até o roteiro rasgar de tão batido e ainda assim ele continua em cartaz fazendo sucesso.  E mais uma vez percebo o quanto nos sentimos desconfortáveis quando saímos da zona de conforto que interpretar estes papeis nos concede apesar deste conforto muitas vezes vir acompanhado da sensação de que algo nos falta.

Lutar por uma felicidade mais completa assim como uma realização mais verdadeira é ir contra tudo, contra todos e contra si mesmo e isso pode doer, doer muito e nem sempre haverá garantias de que você fez a escolha certa ou tomou a melhor decisão por isso repetir fórmulas batidas é mais garantido apesar de nem sempre ser mais prazeroso. E no quesito busca pelo prazer Eva e Gideon tiraram nota 10.

“Sem calcinha”, ele murmurou, com os olhos fixos na região. “Que safada. ”Fiz beicinho. “Estou tentando ser boazinha.” “Abra pra mim”, ele sussurrou. “Me deixa ver.” “Gideon…” Ele esperou pacientemente, e eu sabia que não ia desistir. Poderia levar cinco minutos ou cinco horas, mas ele esperaria por mim. E era por isso que confiava nele. Porque nunca tinha sido uma questão de se eu me submeteria, mas quando estaria pronta para isso, e era uma decisão que ele deixava em minhas mãos. Abri as pernas e tentei acalmar a respiração. Baixando as mãos, peguei os lábios e os abri, expondo meu clitóris para o homem por quem tanto ansiava.

Sem mais...Beijos Poéticos,