Poema: Amor Incondicional

Beberei em tua fonte o inebriante sabor que vertes

No teu seio mais sagrado ei de encontrar o acalanto desta noite

Pensei que não te teria assim de novo tão minha, meu amor.

A falta que senti de ti só pode ser comparada a própria morte.

Pois a saudade ainda é vaga para descrever tamanha ausência.

Minha miserável existência, tão rasteira quanto à serpente.

Pintei minha cara com a máscara da indiferença e percebestes

Que escarneci, menti, fingi e tudo isso apenas para fugir do açoite

Desta minha verdade tão querida e renegada, fugia eu da dor.

De aceitar que não sou única, mas sou aquela que deveras tem a generosa sorte.

Pois ao deitar em teu regaço, alimento de ti minha pobre essência.

Sinto-me Deusa por mais esta noite, sendo sua amante novamente.

E quando enfim vier me buscar a precisa Senhora do leste

Suplicarei em comoção; Caridade minha mãe, permitas que eu fique mesmo se afoita!

Pois os lençóis desta cama revolvida em calor e suor

São provas irrefutáveis de que as travas são muitas, mas o amor é mais forte.

E que eu mera mortal me dobro perante a sua excelência 

Não quero entrar no céu e nem viver no inferno, só quero amar incondicionalmente.


Autora: Lunna Marcela  

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